terça-feira, 31 de março de 2015

A Cauda Longa

Fichamento dos capítulos 1 e 5 do texto de Chris Anderson.

O autor inicia citando o exemplo de um livro que, quando lançado, não obteve sucesso de vendas. Anos depois, já no auge da era digital, outro livro de tema parecido foi feito. Com a temática de volta à tona, leitores mais assíduos começaram a falar sobre o primeiro livro publicado e, com isso, ele tornou-se líder de vendas. A grande mudança no cenário foi o boca-a-boca gerado por pessoas na Internet. Os dados sobre vendas e as tendências de serviços online revelam que a economia emergente do entretenimento digital será radicalmente diferente da que caracterizava o mercado de massa. Se a indústria do entretenimento no século XX baseava-se em hits, a do século XXI se concentrará com a mesma intensidade em nichos. 

Muitos de nossos pressupostos sobre as tendências dominantes são, na verdade, consequências da incompatibilidade entre oferta e demanda — resposta do mercado a ineficiências na distribuição. O principal problema, se algum, é que vivemos no mundo físico e, até recentemente, o mesmo ocorria com a mídia de entretenimento. A realidade concreta impunha grandes limitações às nossas diversões.
O autor também fala que o principal problema é a necessidade de encontrar públicos locais. Os varejistas se interessarão apenas pelo conteúdo capaz de gerar demanda suficiente para pagar os custos de estocagem, pois não é economicamente vantajoso investir em um produto ou serviço que atenda a procura de poucas pessoas, já que é inegável a existência da restrição geográfica. No último século, a indústria do entretenimento encontrou uma solução fácil para essas restrições: o foco no lançamento de grandes sucessos. Esse é o mundo da escassez. Agora, com a distribuição e o varejo online, estamos ingressando no mundo da abundância, que apresenta profundas diferenças.
Em resumo, essa é a maneira como se encara o mercado no século passado: cada varejista tem seu próprio limite econômico, mas todos definem algum ponto de corte em seus estoques. O que se espera que venda uma quantidade mínima é mantido em estoque; o resto fica fora. Em nossa cultura movida a sucessos, as pessoas se concentram obsessivamente no lado esquerdo da curva, na tentativa de adivinhar o que se aglomerará nesse pequeno espaço.
Os novos negócios com espaço infinito nas prateleiras efetivamente aprenderam as lições da nova matemática: um número muitíssimo grande (os produtos que se situam na Cauda Longa) multiplicado por um número relativamente pequeno (os volumes de vendas de cada um) ainda é igual a um número muito grande. E, ainda mais uma vez, esse número muitíssimo grande está ficando cada vez maior.

Quando se é capaz de reduzir drasticamente os custos de interligar a oferta e a demanda, mudam-se não só os números, mas toda a natureza do mercado. E não se trata apenas de mudança quantitativa, mas, sobretudo, de transformação qualitativa. O novo acesso aos nichos revela demanda latente por conteúdo não-comercial. Então, à medida que a demanda se desloca para os nichos, a economia do fornecimento melhora ainda mais, e assim por diante, criando um loop de feedback positivo, que transformará a cultura do consumo nas próximas décadas.

O capítulo cinco começa discorrendo sobre os novos produtores da era digital, exemplificando através de uma das maiores descobertas astronômicas do século XX. Uma teoria básica sobre o funcionamento do universo foi confirmada graças a amadores na Nova Zelândia e na Austrália, a um amador que tentava virar profissional no Chile e a físicos profissionais nos EUA e no Japão.

Hoje, milhões de pessoas lançam publicações diárias para um público que, no conjunto, é maior que o de qualquer veículo da grande mídia. Por sua vez, os blogs são consequência da democratização das ferramentas: o advento de softwares e de serviços simples e baratos que facilitam a tal ponto a editoração online que ela se torna acessível a todos. A consequência de tudo isso é que estamos deixando de ser apenas consumidores passivos para passar a atuar como produtores ativos.

Milhões de pessoas comuns tem as ferramentas e os modelos para se tornarem produtores amadores, e como grande exemplo podemos citar o Wikipedia, no qual todos são uma espécie de especialistas e contribuem no assunto o qual dominam, formando uma enciclopédia elaborada por meio dessa participação ativa. Algumas também terão talento e visão. Como os meios de produção se difundiram com tamanha amplitude, entre tantas pessoas, os talentosos e visionários, ainda que representem uma pequena fração do total, já são uma força a ser levada em conta.

A Wikipedia, como o Google e a sabedoria coletiva de milhões de blogs, opera com base na lógica exótica da estatística probabilística, ou seja, em que se trata mais de probabilidade do que de certeza. Porém, nosso cérebro não está preparado para raciocinar em termos de estatística e probabilidade. Fazemos questão de que haja algo sábio (de preferência humano) orientando os resultados do Google. O mesmo se aplica aos blogs, pois nenhum deles é absolutamente credenciado, confiável e fidedigno. Os blogs são uma forma de Cauda Longa e é sempre um erro generalizar sobre a qualidade ou natureza doconteúdo na Cauda Longa - ela é, por definição, variável e diversa.

Nos verbetes populares, que são observados por muita gente, a Wikipedia demonstra notável resistência ao vandalismo e às batalhas ideológicas. Estudo da IBM descobriu que o tempo médio de reparo em verbetes de alta visibilidade da Wikipedia, como "Islamismo", é inferior a quatro minutos. E isso não resulta do trabalho de censores profissionais da enciclopédia. Trata-se simplesmente da reação imediata de um enxame Pro-Am de curadores autônomos que se arrogaram essa função. E, à medida que cresce, essa característica auto-reparadora se difundirá para verbetes menos populares.

Os autores da Wikipedia tendem a ser pessoas liberais, entusiasticamente engajadas e motivadas pela
oportunidade de melhorar o conhecimento público de algum assunto de que são aficionados e profundos conhecedores, população que, em apenas cinco anos, se multiplicou por mil, com a invasão de amadores capacitados, que passaram a contar com as novas ferramentas simples e democráticas de produção de enciclopédias: um browser e uma conexão com a Internet.

Esse é o mundo da "peer production" (produção colaborativa ou entre pares), fenômeno extraordinário, possibilitado pela Internet, caracterizado pelo voluntarismo ou amadorismo de massa. Estamos na aurora de uma era em que a maioria dos produtores, em qualquer área, não será remunerada. A principal diferença entre esses amadores e seus colegas profissionais é simplesmente a lacuna cada vez menor nos recursos disponíveis, para que ampliem o escopo de seu trabalho. Quando as ferramentas de trabalho estão ao alcance de todos, todos se transformam em produtores.

A motivação para a criação não são os mesmos na cabeça e na cauda da curva. Os modelos econômicos não se aplicam a todos os casos. Pode-se refletir sobre a Cauda Longa como algo que começa como economia monetária tradicional na cabeça e que termina como economia não-monetária na cauda. Entre os dois extremos, predomina uma mistura de ambos os modelos.

Alguns criadores se importam com direitos de propriedade intelectual e outros não. No entanto, a lei não os distingue — os direitos de propriedade intelectual são automaticamente reconhecidos e protegidos, a não ser no caso de renúncia expressa. Em consequência, o poder da gratuidade é obscurecido pelo medo de acusações de pirataria e geralmente é visto cora suspeita. Seja como for, trata-se de algo que estamos começando a reconsiderar, à medida que o poder da "economia da gratuidade ou economia da doação" (gift economy) se torna cada vez mais claro.

Messmo essas publicações sem fins lucrativos podem dar dinheiro. O livro passa a ser não o produto de valor em si, mas a propaganda do produto de valor — os próprios autores. Muitos desses livros não-comerciais seriam mais bem entendidos como veículos de marketing, destinados a melhorar a reputação acadêmica dos autores, divulgar suas atividades de consultoria, render-lhes honorários por palestras ou simplesmente deixar sua marca no mundo. É uma maneira de divulgar sua mensagem.

Uma das grandes diferenças entre a cabeça e a cauda dos produtores é que, quanto mais se desce na cauda, maior é a probabilidade de que se tenha de manter outro trabalho regular. Não fazemos apenas aquilo por que somos remunerados, mas também aquilo que queremos. E ambos os tipos de atividades podem ser valiosos. As ferramentas da criatividade agora são baratas e, ao contrário do que imaginávamos, o talento se distribui de maneira mais dispersa. Sob esse aspecto, a Cauda Longa talvez se transforme na área crucial da criatividade, lugar onde as ideias se formam e se desenvolvem, antes de se transformarem em sucessos comerciais.

Isso é tudo!

sábado, 21 de março de 2015

A Bíblia do Marketing Digital

O livro de Cláudio Torres aborda tudo que você queria saber sobre Marketing e Publicidade na Internet e não tinha  a quem perguntar.

Como todo primeiro capítulo, o autor elabora uma introdução: o histórico da evolução da Internet, contando seu nascimento que trouxe para o mundo dos negócios o acesso instantâneo às informações sobre produtos e serviços. Além disso, discute o papel do consumidor conectado a ela, apontando seus perfis e comportamentos. Intitulado "A Internet do consumidor", o capítulo afirma que não adianta ignorar a rede mundial de computadores, pois os milhões de usuários brasileiros vão continuar existindo, se comunicando e expandindo seu poder. Esses consumidores mudaram tão rapidamente que muitos ainda não conseguiram acompanhar a mudança, muito menos entender como e porque ela ocorreu.

A combinação dessa nova tecnologia com uma nova maneira de se relacionar com as pessoas gerou um processo não linear, liderado por grupos de internautas que, utilizando aplicações on-line, assumiram o controle, a produção e o consumo da informação, atividades que antes eram restritas aos grandes portais ou empresas. No entanto, vale ressaltar, essa grande mudança não foi de tecnologia, mas de paradigma. Como não há mais exclusividade de produção, nem na mídia nem no software, também não há mais distinção entre informação, entretenimento e relacionamento, não havendo consequentemente separação entre produtor e consumidor. Este último torna-se decisor, seja ele das classes A, B ou C, seja participante de redes sociais ou apenas leitor assíduo, apresentando comportamentos que muitas vezes ele não apresentava na vida real por estar limitado pelas restrições de tempo, espaço ou dinheiro. 

As redes sociais consistem em um fenômeno e, junto com os blogs e outros sites colaborativos, criam as chamadas mídias sociais. O uso de estratégias como marketing de conteúdo nesses meios leva em consideração apenas regras informais. Para fazer uma boa utilização e atingir o público desejado, é necessário planejar para pessoas e não computadores, acreditando no boca-a-boca e nas ferramentas disponíveis. A Internet é, obviamente, um reflexo da sociedade, mas tem suas regras de interação próprias. O mais importante é que nós consigamos entender isso para poder definir o que nós esperamos encontrar em cada ambiente.

No segundo capítulo, "Conceitos do marketing digital", as principais terminologias relacionadas ao assunto são trabalhadas. O autor começar ressaltando que entender a Internet não é mais uma questão de opção, pois a ideia de que é possível fazer marketing sem ela não é mais válida. Utilizá-la efetivamente é o ideal, o que significa partir para a ação, criar uma estratégia de marketing ativo e garantir que ela seja efetiva. Antes disso, é de extrema importância conhecer não só os termos incomuns, que na verdade são bem simples de se entender, como também ter em mente que a rede é de fato criada e organizada por uma infinidade de empresas e pessoas que implementam pequenas partes do todo, sem que ninguém tenha o controle completo.

A Internet se tornou um ambiente online bastante complexo. Com a evolução das linguagens de programação voltadas às aplicações web foi possível criar websites cada vez mais complexos, além de diversos tipos de aplicações e componentes que são usados para a interação entre o internauta e o site, e até entre sites. Além disso, criou-se uma nova possibilidade de comercialização: a venda on-line através da loja virtual. Quem quebra primeiro o paradigma dessa venda em seu mercado ganha uma vantagem competitiva significativa, pois os consumidores estão lá buscando formas de se relacionar com sua marca.

O marketing digital completo deve ser composto por sete ações estratégicas: marketing de conteúdo, marketing nas mídias sociais, marketing viral, e-mail marketing, publicidade on-line, pesquisa on-line e monitoramento. Ao contrário do marketing convencional, na Internet os consumidores estão sempre inseridos em vários ambientes e contextos, de forma interligada e dinâmica. Isso significa que cada ação estratégica isoladamente pode e interferirá nas outras e, em muitos casos, é difícil separar de forma exata uma ação estratégica de outra. Estamos falando de um mundo de possibilidades criados na Internet, que permite que você faça mais e melhores negócios, com custos cada vez menores e consumidores cada vez mais fiéis.

O terceiro capítulo aborda o marketing de conteúdo, que dá nome ao mesmo. Qual sua importância para o consumidor e como ele pode ser utilizado, além do planejamento e um roteiro prático do seu uso, são apresentados de forma bastante didática. Para isso, o autor inicia contando que a Internet passou a estar recheada de informações produzidas e consumidas por todas as áreas do conhecimento, e que as ferramentas de busca em conjunto com os blogs transformaram as pesquisas por produtos por pesquisas por informações. Sendo assim, o volume de conteúdo é tão importante quanto sua qualidade, utilidade e relevância para o consumidor.

O marketing de conteúdo é o uso do conteúdo em volume e qualidade suficientes para permitir que o consumidor encontre, goste e se relacione com uma marca, empresa ou produto. A ideia é gerar conteúdo genuíno, útil e relevante para o consumidor, isento de interferência comercial, e ter a marca da empresa fixa na sua mente. Mas o conteúdo deve ser parte de uma estratégia de comunicação mais ampla e sua criação requer, sobretudo, planejamento, que consiste em definir "quem", "o quê", "como" e "onde". Após essa etapa, além da publicação e divulgação, é necessário o monitoramento dos resultados e a busca por outras plataformas para implementar estas ações.

Até a próxima!

Bem-vindo(a)!

Olá,

Me chamo Victor, sou estudante do sexto semestre de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Ceará. Criei esse blog com o intuito de publicar todos os trabalhos realizados na disciplina de Produção Publicitária em Meios Digitais.

Espero que gostem! :)

ATUALIZADO*

Agora no sétimo semestre, utilizarei esse blog para publicar fichamentos da disciplina de  Metodologia de Pesquisa em Arte, Filosofia e Ciências.